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Sentindo-te seguro e livre no teu próprio corpo

Atualizado: 19 de fev.

Todos temos as nossas histórias traumáticas, sejam experiências mais súbteis ou mais evidentes. Ou porque existiu abuso sexual ou físico, ou porque existia agressão física e verbal entre os pais, ou porque fomos gozados na escola, ou fomos comparados com o nosso irmão de uma forma que nos criou um sentimento de inferioridade, entre muitas outras situações.


Trauma não é o que acontece exteriormente, mas o que acontece interiormente como resultado das nossas experiências. Podemos associar trauma a desconexão. Para não sentirmos determinadas emoções, aprendemos inconscientemente a desconectarmo-nos do nosso corpo e começamos a habitar mais no mundo dos pensamentos.


Acontece que, quanto mais desconectados estamos do nosso corpo e emoções, mais incompletos nos sentimos, e que por sua vez nos vai fazer procurar esse preenchimento em coisas, experiências e pessoas à nossa volta. Começamos a sentir como se o nosso corpo não fosse assim um lugar tão seguro para se estar, e por isso procuramos escapar dele e do que representa.


Tentamos de todas as formas esse preenchimento usando o mundo exterior como solução, até que chega a um momento, que essa ilusão começa a cessar. E é nesse momento que normalmente a pessoa pede ajuda ou segue um determinado caminho espiritual, que lhe "dê" aquilo que tanto tem procurado no mundo exterior.


Pode ser doloroso e frustrante descobrir que nada no exterior nos pode preencher da forma que queremos, mas é um grande passo que nos permite começar a abandonar a ilusão e começarmos a reconectarmo-nos com quem realmente somos e com o nosso mundo emocional.


Reconectarmo-nos com o nosso corpo é um processo gradual, experiencial e individual e que necessita de paciência. Cada pessoa tem o seu próprio ritmo, a sua história, os seus padrões comportamentais e emocionais e também o seu nível de tensão muscular. A tensão que sentimos no corpo é uma forma de nos protegermos da dor. Quando existe dor, os músculos à volta dessa região contraem-se para nos proteger de a sentirmos. Mas, quando falamos de dor emocional, essa tensão muitas vezes crónica, tem consequências como ansiedade, estados depressivos, dores crónicas, enxaquecas, etc.


É necessário então, fazer esta viagem de regresso ao nosso corpo, para que dessa forma nos comecemos a sentir cada vez mais seguros, livres e completos. Começar a ensinar o nosso corpo e sistema nervoso, que está em segurança e que pode desligar ou ir desligando o botão de alarme, que nos tem colocando em estado de alerta.


Existem várias formas de o fazer e várias abordagens. Nas sessões que realizo, faço várias perguntas de forma a ajudar cada cliente a retirar a sua atenção do mundo exterior e dos pensamentos, de forma a facilitar a reflexão e que por sua vez nos ajuda a ver as coisas como realmente são. Por outro lado, considero que em muitos casos, só isto não é suficiente. É necessário ajudar diretamente o corpo a sentir-se seguro no momento presente, e para isso podem ser praticados alguns exercícios somáticos e sugeridos alguns "TPC" para que cada pessoa se torne mais autónoma e independente no seu processo de reconexão.


Enquanto não nos sentirmos seguros no nosso próprio corpo, vamos constantemente procurar obter essa segurança de uma forma compulsiva no mundo exterior. Por isso, é de extrema importância começarmos a abrir-nos para a possibilidade de olhar para aquilo que aprendemos a esconder, de forma a que isso possa ser processado e integrado. Como costumo dizer, talvez esta seja a melhor forma de nos amarmos e respeitarmos.

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