O medo e a sensação que existia algo de errado comigo, fizeram ao longo de muitos anos, parte da minha experiência. Com 4 anos eu já dizia à minha Mãe que "tinha medo de tudo". Com o passar dos anos e por falta de maturidade e consciência, fui procurando esconder o medo e a sensação de inadequação o melhor que conseguia, sem realmente me aperceber que o estava a fazer. Cheguei a ter ataques de pânico, a sentir muita ansiedade e cheguei mesmo a tomar comprimidos para a depressão.

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Ao longo do tempo fui, inconscientemente, procurando formas de compensar esse medo e de procurar obter a segurança que necessitava. Procurei em vários relacionamentos, uns de longa duração e outros ocasionais, procurei em vários empregos que tive e procurei também na espiritualidade, acreditando que se eu conseguisse ser de determinada forma, ia sentir-me feliz e em paz. Pois é, nada disto resultou, contudo ganhei muita maturidade, experiência e consciência ao longo dessa jornada. Ganhei muita consciência dos padrões em que atuava e que serviam para me esconder, e esconder as partes de mim que achava serem erradas.

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Em 2017, senti que a minha vida começou a ir para outro caminho. Um caminho mais verdadeiro e honesto, mas mesmo assim eu lá ia encontrando forma de querer saltar etapas e não lidar com as emoções e pensamentos que tinha aprendido a esconder. Durante esse período especializei-me em várias áreas, li bastantes livros, e tive muitas experiências tanto em Portugal como na Europa. Posso dizer que tive momentos muito bons em que aquela sensação de liberdade e alegria estavam a renascer, mas depois, sem me aperceber novamente, fui caindo em padrões habituais e passado algum tempo tive um esgotamento. A tentativa de querer sempre fazer mais, e a contínua fuga às minhas emoções e necessidades, levou o meu corpo a dizer “já chega”.

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Cheguei mesmo a estar 3 meses em casa doente e com muitas dores no meu corpo, e não tinha sequer energia para fazer aquelas coisas que antes fazia mais facilmente. Dores crónicas, problemas digestivos, enxaquecas, apatia, ansiedade, noites agitadas e sentir-me sem energia para fazer as coisas que queria fazer, eram apenas alguns dos sintomas  bastante presentes.

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Hoje, consigo dizer que foi a melhor coisa que me aconteceu, pois obrigou-me a parar de fugir de mim, e a aprender a respeitar e honrar as minhas necessidades. Fez-me começar a reconectar-me com o meu corpo e com as minhas emoções. Ao fazer esta jornada interna, fiquei surpreso como é que era possível ter vivido tantos anos desconectado do meu corpo, em modo sobrevivência. Ajudar o meu corpo a autorregular o sistema nervoso, passou a ser a minha prioridade máxima. Após ter praticado e experimentado muita coisa, fui descobrindo aquilo que melhor funcionava e que o ajudava a sentir-se mais seguro. Além disso, afastei-me de algumas pessoas e comecei a conectar-me com outras, mudei alguns hábitos diários e também as minhas prioridades. Sabia, que se queria voltar a sentir-me livre no meu próprio corpo, necessitava de tomar decisões importantes que ajudassem o meu sistema nervoso a voltar a um estado natural de equilíbrio. A minha forma de ver a vida começou a mudar e todo este processo de autodescoberta e transformação, fez com descobrisse partes de mim que tinha aprendido a reprimir e suprimir (e que continuo a descobrir), e também com que o meu sistema nervoso se fosse tornando gradualmente mais resiliente, e com isso sentir-me mais equilibrado, empoderado e enraizado.

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Esse é o meu convite nas sessões que realizo. De uma forma habilidosa, empática e segura, guiar homens e mulheres nesta jornada de reconexão com a naturalidade e livre expressão de cada um. Apoiar cada pessoa neste processo de autorregulação do seu sistema nervoso, para que o mesmo possa processar a energia passada que ficou bloqueada e estagnada, e dessa forma, o corpo voltar para um estado natural de equilíbrio emocional, energético e físico. Só necessitamos de ajudá-lo a fazer esse trabalho, e para isso é prioritário aprender a escutá-lo e respeitá-lo.

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Toda a nossa experiência de vida, é ditada pelo estado do nosso sistema nervoso. Ao nos reconectarmos com o nosso corpo e emoções, estamos a construir um sistema nervoso resiliente, empoderado e capaz de lidar com as adversidades do dia a dia. Com isso, todas as áreas da nossa vida começam a melhorar. Sentimo-nos tranquilos mas com energia, mais confiantes e com um sentimento de poder pessoal, e mais independentes e autónomos para criarmos o estilo de vida que realmente valorizamos.