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O que é a liberdade emocional?

Atualizado: 10 de dez. de 2023

Para entendermos mais facilmente este tópico, é necessário falarmos do princípio da dor e prazer. Como seres humanos que somos, também viemos equipados com esta tendência de evitarmos a dor e procurarmos prazer. Faz todo o sentido quando, por exemplo, aprendemos que pôr a mão no fogo dói, da próxima vez vamos ter mais cuidado. Ou quando martelamos um prego e acertamos na mão, a não ser que sejamos masoquistas, vamos ter mais atenção e arranjar uma estratégia diferente para não nos magoarmos. O princípio de evitarmos a dor faz todo o sentido até aqui.


Então, e quando alguém termina um relacionamento amoroso connosco e sentimos emoções muito fortes?


Pois. Aqui o princípio de evitar a dor funciona da mesma forma. Se estávamos de coração aberto e sentíamos tanto amor, e alguém terminou um relacionamento connosco, e isso doeu muito, para a próxima vamos ter mais cuidado. Por outras palavras, no próximo relacionamento o nosso coração já não vai estar tão aberto, para não nos magoarmos. Sem nos apercebermos, aquilo que estamos a fazer inconscientemente, é a protegermo-nos de sentirmos dor, e com isso a nossa livre expressão é também condicionada. Para não sentirmos dor, vamos arranjar diversas estratégias. Por exemplo, ao fecharmos o nosso coração para não sofrermos, talvez já não queiramos um relacionamento, mas sim relacionamentos casuais. Ou talvez nos comecemos a isolar mais, ou a nos tornarmos mais distantes nos relacionamentos afetivos. Tudo isso para procurar proteger o sensível coração.


Só que, o princípio do prazer anda de mãos dadas com o princípio da dor. Vamos por um lado estar a procurar evitar a dor, mas, ao mesmo tempo, vamos querer continuar a sentir prazer. O exemplo dos relacionamentos casuais explica bem este processo. Queremos continuar a sentir o prazer do contacto humano e do afeto, mas, ao mesmo tempo não nos queremos envolver demais para não sentirmos a dor que sentimos lá atrás. (Isto é muito comum nas pessoas com medo do compromisso) Sempre que sentimos uma dor intensa e ainda não temos maturidade emocional para processá-la, vamos reprimir ou suprimir essa dor e vamos começar a ser especialistas em evitá-la no futuro enquanto, ao mesmo tempo procuramos diferentes formas de obter prazer para aliviar a dor emocional que não foi processada.


Quanto mais reprimimos ou suprimimos as emoções, menos vida e energia vamos sentir no nosso corpo (e menos prazer) e mais vamos procurar compensar de diferentes formas essa falta de conexão.


Comida, Álcool, sexo, cigarros, drogas, redes sociais ou Netflix, são apenas alguns exemplos. São apenas formas, que interpretamos como mais seguras, para não sentirmos dor emocional, ao mesmo tempo que obtemos algum alívio e prazer.


Fugir da dor emocional, cria também uma desconexão emocional o que nos faz procurar mais fontes de prazer para compensar a falta de conexão com o nosso corpo e emoções. Podemos dizer que, ao não permitirmos que certas emoções sejam sentidas ou expressas, estamos a impedir a nossa liberdade emocional. A liberdade de sentir e exprimir aquilo que é mais natural em nós. Então, liberdade emocional, é a capacidade para conseguirmos processar as diferentes emoções, sentimentos ou sensações no nosso corpo.

  

Liberdade emocional não significa não sentir medo, mas sim, existir espaço suficiente para que o medo também possa existir.


Quando assim é, as diferentes sensações a que chamamos emoções, podem fluir naturalmente no nosso corpo sem as resistirmos. No programa de coaching Reconexão, ensino os meus clientes a prática de "deixar ir", isto é, aprendermos a desenvolver tolerância às diferentes sensações ou emoções, de forma a não limitarmos a nossa livre expressão. Só que por estarmos tão habituados a querer evitá-las, não as queremos sentir, o que cria mais dor emocional, pois tudo aquilo a que resistimos persiste. O sofrimento emocional como o conhecemos é a resistência ao nosso mundo emocional.


O segredo para sentirmos maior liberdade emocional, é começarmos a fazer as pazes com o nosso mundo interior. Começarmos a reconhecer, processar e integrar as emoções que ficaram perdidas no tempo. Quando assim é, já não há necessidade de fugirmos sempre que acontece algo que nos faz sentir algo mais intenso (a não ser que seja mesmo um perigo real). Ao desenvolvermos a maturidade emocional para estarmos com as diferentes sensações e emoções, a necessidade para obtermos prazer de formas nocivas, também diminui.


Liberdade emocional não é um destino final, mas quanto mais desenvolvermos estas habilidades, mais nos vamos sentir livres emocionalmente e livres para expressarmos o nosso verdadeiro eu.


O post sentindo-te seguro e livre no teu próprio corpo vai ajudar-te a entender ainda mais este tema.


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